OS SONS OS SONS: se dar a liberdade de emitir sons durante o trabalho é um excelente exemplo de uma resposta à dor que transforma a experiência. As mulheres que se exprimem através de sons durante suas contrações apresentam freqüentemente mais facilidade de vivê-las. Ninguém é obrigado a gemer, mas aquelas que sentem essa necessidade, e gemem, encontram nesse ato um canal de expressão importante. Emitir sons auxilia o corpo a produzir seus próprios remédios contra a dor, as endorfinas, que também são produzidas quando entram em jogo, outros fatores como: a penumbra, o emprego de um mínimo de palavras, o cochicho e o contato com a água. TOCAR: tocar é uma maneira extraordinária de auxiliar uma mulher durante o trabalho de parto. Um tocar consciente, atento e presente, que deve corresponder de uma maneira sutil às sensações da parturiente. As massagens na região sacra às vezes proporcionam grande alívio. A RESPIRAÇÃO: a respiração muda e se adapta espontaneamente ao longo do trabalho de parto. Deixando-a livre, fluída, espontânea, cada músculo do nosso corpo recebe o oxigênio que ele necessita para relaxar por sua vez. A Yoga e todos os métodos que visam tornar a respiração mais consciente, mais plena, mais vivificante constituem excelentes preparações para o parto e também para outras ocasiões da vida nas quais a mãe necessitará de todas as suas energias para recuperar a sua calma. O MOVIMENTO: a liberdade de se movimentar é essencial. Andar, se embalar, mexer os quadris em movimento de rotação, se sentar, se deitar, levantar-se quando quiser são direitos fundamentais em todos os tempos e principalmente quando em trabalho de parto. Somente indicações médicas muito sérias poderiam justificar a limitação do movimento. O REPOUSO: quando se fala da dor do parto esquecemos de enfatizar que, durante o trabalho de parto, passamos uma parte do tempo sem sentir dor. O corpo se preparou para um grande trabalho mas ele também previu pausas. O maior número de contrações dura um minuto, mas os intervalos de repouso duram de dois a cinco minutos. Cada intervalo deveria ser um momento de repouso infinito, de regeneração profunda. A RESISTÊNCIA DO MEIO É preciso que as mulheres tenham uma resposta espontânea às fortes sensações do trabalho. Este imenso trabalho de adaptação não pode ser feito no interior de limites rígidos, quer seja ele de uma técnica particular, ou seja do meio ou do medo dos outros. A organização da obstetrícia foi feita em torno de objetivos outros que os de auxiliar uma mulher em sua capacidade de dar a vida. Pertence a nós retomar esse objetivo e o realizar. As condições nas quais um parto se desenvolve tem uma relação direta com a maneira pela qual as mulheres vivenciam a dor. Cada meio de suporte nomeado anteriormente encontra uma resistência na forma pela qual o sistema médico de assistência concebe a conduta técnica durante o trabalho de parto. Ensina-se as mulheres a se calarem, porque confundimos relaxamento com silêncio, gemidos com pânico. Os sons que as mulheres produzem quando estão dando à luz se assemelham muito àqueles produzidos durante a relação sexual, o que talvez explique o mal-estar de alguns e sua preferência por mulheres silenciosas ... que somente fazem a sua respiração. Encorajamos as mulheres a andar durante o trabalho, mas o parto é ainda caracterizado pela imobilidade e uniformidade de posição, muito mais que o movimento e a liberdade de escolher uma posição que convém a cada momento do parto. CONTATO HUMANO As mulheres que dão à luz sentem necessidade de uma companhia amiga, calorosa, humana e familiar. Foi demonstrado claramente e por muitas vezes que a presença contínua de uma parteira durante o trabalho de parto diminui a necessidade de medicamentos que combatem a dor. Quantas mulheres se lembram durante toda a sua vida do carinho da sua parteira que permaneceu ao seu lado durante todo o trabalho de parto? E a presença amorosa de seu homem? A MELHOR FORMA DE SAIR DA DOR É ENTRAR NELA Todas as células do nosso corpo possuem os elementos genéticos que as dirigem desde o encontro do óvulo com o espermatozóide, como desenvolver um embrião, assegurar sua sobrevivência, sua evolução e permitir o nascimento do bebê nove meses mais tarde. Cada fase do trabalho está escrita em todo o corpo. A dor tem o papel de um sinal, testemunha de um importante trabalho em desenvolvimento, anunciando a iminência do nascimento e a necessidade de intimidade, assistência e proteção. A alguém que exclamava diante dela como seu parto devia ter sido insuportável e imensamente doloroso, um bebê de 4.500 gramas. A mãe respondeu com um doce sorriso: "Não são os quilos que fazem mal, é a resistência". |
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