quinta-feira, 29 de julho de 2010


Ontem vendo TV, eis que passa o vídeo da lindinha da Fernanda Lima numa campanha de incentivo ao parto normal. Me amarrei. Achei lindo e necessário. Dar a luz à gêmeos por meios naturais é uma vitória e isso a faz ser ainda mais admirada.

Me identifiquei de cara com o depoimento dela, mesmo porque também posso falar com propriedade sobre o assunto. Tive 3 filhos, todos por parto normal.
Enquanto boa parte das mulheres sentem medo do método natural, eu morria de medo de ter que fazer cesária. Já perdi a conta do quanto ouvi mães dizerem que vão optar pela intervenção cirúrgica, mesmo preenchendo todos os quesitos para que haja normal, simplesmente por puro medo da dor. Isso precisa mudar. Covardia não!

O momento é traumático? Sim, claro, não vou negar. Mas não é nenhum bicho de sete cabeças. Há truques para contornar isso e tirar de letra.
Quando se é mãe de primeira viagem, é natural ficar assustada e com medo. Em minha primeira experiência, quase esmaguei a mão da minha sogra a cada contração. Felizmente foram apenas 3 horas e meia de trabalho de parto. E olha que esse foi o meu tempo mais longo! :D

O segundo parto durou apenas duas horas, desde o instante que disse ao maridão “benhê, estou sentindo…tá na hora“. Eu já sabia o que estava por vir então estava bem melhor preparada. Soube que a respiração é um importante aliado no controle da dor. Ao sentir a contração vindo eu fazia a respiração cachorrinho – aquela dos soprinhos sucessivos e acelerados. Mal podia acreditar o quanto isso aliviava o incômodo da contração, que na verdade é a pior parte do parto, e não a passagem do bebê como muitas temem.
Algumas mães reivindicam o uso da anestesia pra driblar as contrações. É uma opção, mas não acho legal. Quando sentimos a contração vindo temos a certeza de que é o momento de fazer força. Estar anestesiada atrapalha um pouco esse processo, mesmo que o obstetra tome as rédias da situação e lhe oriente. Não aconselho. Parto normal é parto natural. Não é momento pra frescuras.

Já no meu terceiro filho tive que fazer certos malabarismos.
Como minha bolsa não estourou sozinha (em nenhum dos partos) tive que me fiar novamente no lance das vontades de ir ao banheiro. Vontade de fazer o nº 1, mas nada. Vontade louca de fazer o nº 2, mas também nada! Só então depois de várias idas frustradas ao banheiro, cai a ficha “poutz, é o nº 3 !!! “. Chamei meu marido, ele examinou… já estava com quase 4 cm de dilatação.
Legal. Eu morava à uns 70km da maternidade, em uma micro city (o que eu fazia lá já é outra história). Agora imagina aquelas cenas bem loucas de corridas para a maternidade. Pois é.
Meia-noite, estávamos a toda velocidade na rodovia BR 050. Não é coisa pra se orgulhar, mas whatever. As contrações estavam cada vez mais próximas, cerca de 2 minutos uma da outra… Eu, fazendo a tal respiração, segurando na “Nossa Senhora” – aquela alça que tem no teto acima da porta do carro – e tentando atender a ordem do marido pra NÃO fazer força! Chegamos ao hospital no gás. E foi no gás que já fui colocada na maca e direto pra sala de parto. Eu já estava subindo pelas paredes de vontade de fazer força, mas nem o obstetra e nem o pediatra estavam lá ainda.

Pausa para uma explanação. Quando sentimos contrações, é normal você se irritar até com o carinhoso “vai dar tudo certo” do marido. A vontade de mandar todo mundo tomar um refresco é normal. A coisa tende a piorar quando as contrações estão no ápice, você ainda não pode fazer força e tem uma enfermeira do teu lado perguntando seus dados para o preenchimento de uma ficha. Aí só sendo santa!

Mas voltando ao curso da história, numa questão de minuto, os médicos finalmente chegaram e pude então finalizar meu parto num sonoro “doutor, seguuura que aí vai muleque!!” Aí veio aquela coisinha feia mais linda do mundo que parou de chorar ao ouvir minha voz. Isso não tem preço…
E bati meu próprio recorde: 1 hora!! Imagina se eu tivesse um quarto filho? Se seguisse essa ordem, ia ser tipo assim “benhê, tá na h….nasceu!:D

O corpo humano é tão sábio, que permite as dores do parto até no momento do nascimento. Depois disso a mãe está inteira e revigorada pra cuidar do filhote. Na cesariana é o contrário. As dores vem depois do parto e a mãe tem bem menos disposição e condições pra curtir seu bebê nos primeiros dias.
Além disso, quem opta pelo parto normal corre menos risco de infecções e o corpo volta ao normal bem mais rápido, principalmente a barriga, pois como o útero não sofreu incisão, o retorno ao tamanho original é mais acelerado.
Se você planeja ser mãe e nada te impedir de dar à luz por vias normais, faça! Você saberá realmente o que é se sentir plena, poderosa e heroína. Eu incentivarei sempre!

Pra finalizar, separei esse vídeo que mostra a perfeição desse momento.


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