quinta-feira, 29 de julho de 2010


2) AS TRÊS DIMENSÕES DO PARTO

DIMENSÃO ESPIRITUAL DO PARTO

A dimensão espiritual se consubstancia no grande mistério da eclosão da vida. É o momento em que se sente a presença de Deus, autor da vida.

Momento sagrado.
Momento de dom. Momento de alegria.
De onde viemos? Para onde vamos? Por que vivemos?
Pergunta eterna dos seres humanos.

A vida criada por Deus é única. Cada ser tem suas características próprias, sua individualidade que jamais poderá ser encontrada em outro ser.

A Bíblia se nos apresenta alguns trechos que aqui são relembrados:
Jeremias Cap. 1 - Vers. 5:
"Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei".

Salmo 138 - (13-14-15):
"Fostes vós que plasmastes as entranhas do meu corpo, vós me tecestes no seio de minha mãe.
Sede bendito por me haverdes feito de modo tão maravilhoso.
Pelas vossas obras tão extraordinárias, conheceis até o fundo a minha alma. Nada da minha substância vos é oculto quando fui formado ocultamente, quando fui tecido nas entranhas subterrâneas".

Ainda na Bíblia encontramos nascimentos impossíveis de explicar do ponto de vista puramente humano e biológico. Assim foi o nascimento de Isaac, filho de Abrãao e Sara e de João Baptista, filho de Isabel e Zacarias, e de Jesus filho de Maria, virgem e mãe.

Não menos famosa é a sentença de Deus à Eva: "Darás à luz com dor".
Essas palavras estão presentes em nossos hospitais e maternidades na entrada do 3º milênio quando observamos a realidade da assistência que é prestada à mulher parturiente.

Embora a dor durante o parto seja uma realidade, existe mil e uma maneiras de minimizá-la de forma natural sem o auxílio de medicamentos e intervenções cirúrgicas. Mais adiante falaremos sobre esses procedimentos.

DIMENSÃO PSICOLÓGICA

Ternura
Este sentimento está presente nas pessoas "doces", ele é fruto do amor e da não violência. O sentimento não se aprende, não se ensina, como se ensinam as técnicas de assistência ao parto. É com ternura que precisamos assistir a mãe e a criança.

Confiança
Este sentimento que deve existir entre a parturiente e a pessoa que assiste o parto é também fruto do amor.
A mulher tende a relaxar quando confia plenamente na pessoa que a está assistindo e o parto então acontece com mais facilidade.
A confiança e a compreensão podem substituir o medo.
A emoção negativa causada pelo medo é substituída pela emoção positiva e pelo entusiasmo favoráveis ao esforço concentrado com o objetivo de concretizar e completar em toda a simplicidade fisiológica a mais bela das aventuras humanas.

Coragem
Bravura em face do perigo.
Intrepidez, ousadia.
Resolução, franqueza, desembaraço.
Perseverança, constância e firmeza.
A mãe corajosa consegue com o auxilio da parteira ou do médico afastar todos os seus medos.
Medo da dor.
Medo da criança não ser perfeita.
Medo de não ter leite suficiente para amamentar.
Medo de não ter capacidade para criar seu filho.
Medo de morrer...e tantos outros medos.

DIMENSÃO BIOLÓGICA

Nesta dimensão se inclui o preparo físico da mulher durante a gestação.
Em geral o pré-natal oferece essa possibilidade nas ações que desenvolve.
Verificação da pressão arterial, controle do peso corpóreo, desenvolvimento do feto, exames laboratoriais e de ultra-sonografia. Orientação para as queixas comuns à gestante: vômitos, tonturas...etc. A mãe deve receber esclarecimentos e conhecimentos que irão beneficiá-la como: noções de anatomia e fisiologia, desenvolvimento do feto, cuidados durante a gestação, parto, puerpério, aleitamento materno e cuidados com o recém-nascido.
Às vezes o espaço de nove meses se torna insuficiente para assimilar todos os conhecimentos necessários, principalmente quando ela está esperando seu primeiro filho.

Um incorreto comportamento físico e psíquico das parturientes pode ser suscetível de aumentar muito as dificuldades do parto e as tem aumentado na realidade.

É nesse contexto de pré-natal que o médico poderia descer do seu pedestal de semi-deus e conversar com a gestante de igual para igual, trocar idéias e experiências, aprender com a mulher e orientar quando necessário.

Enfim, deixar de lado a máscara de onipotência, de único depositário do saber, enfim, transformar-se em um ser humano, comum, amigo e conselheiro.

O médico deveria estabelecer com a gestante uma relação de parceria em um projeto cujo objetivo seria o desenlace feliz da gravidez.


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