domingo, 23 de maio de 2010

Os beneficios da drenagem linfatica na gestante



Durante a gestação há um aumento na produção hormonal, responsável por várias modificações estruturais e musculares. Alguns dos hormônios essenciais na gravidez são responsáveis pela tendência de reabsorver sódio, e isso causa a retenção hídrica. O corpo tem um aumento do volume
sanguíneo que varia de 30% a 50%, ou seja, temos a capacidade de reter em nosso organismo um volume de água até 8 litros
acima do normal. O ganho de peso total pode variar muito de mulher para mulher, mas se estimarmos um aumento médio de 12 quilos – sendo que os médicos recomendam um aumento de peso durante toda a gravidez de 9 a 13,5 quilos – este será geralmente distribuído da seguinte forma: 3,5kg do feto; 2,0kg do líquido amniótico, placentas e membranas fetais; 1,0kg
do útero; 1,0kg de mamas; 1,5kg de acúmulo
de gordura e 3,0kg de sangue e líquido extra celular.
O profissional pressiona e desliza a mão por todo o corpo, direcionando o excesso de líquido para os gânglios linfáticos, os quais trabalham para eliminá-lo pela urina. Portanto, é comum sentir vontade de urinar com mais freqüência após a sessão e este é um sinal que a drenagem linfática foi bem feita.
Sendo um método de fisioterapia, com efeitos colaterais se mal aplicada, deverá ser realizada por um fisioterapeuta devidamente qualificado. Este profissional é o único capaz de avaliar e monitorar as mudanças físicas, enfocando primariamente a manutenção do bem estar da gestante. É importante que esta converse com o seu
médico sobre o procedimento, durante as consultas de pré-natal. Uma vez
autorizadas pelo obstetra, as sessões de drenagem linfática podem ter início logo nas primeiras semanas de gestação, quando a mulher já começa a perceber mudanças no corpo e no comportamento. São indicadas até duas sessões por semana.
A drenagem linfática previne e trata as complicações decorrentes da gestação, auxiliando no alívio de problemas circulatórios e musculares, bem como de outros problemas relacionados às mudanças hormonais, tais como enxaqueca, insônia, constipação intestinal e cansaço, além de proporcionar relaxamento
à gestante.

Benefícios:
- o estímulo na circulação venosa e linfática, que reduz a retenção de líquido, diminuindo os inchaços típicos da gravidez, além de estimular a lactação e a dessensibilização das mamas, preparando-as para a amamentação;
- a prevenção e combate às varizes e sensação de pernas cansadas;
- o combate à celulite e às estrias;
- o alívio de tensões e redução de dores musculares;
- ativa o sistema vegetativo, aumentando a sensação de relaxamento, ajudando a combater o estresse; e
- proporciona regeneração e aumenta a imunidade do organismo, uma vez que aumenta a eliminação de toxinas e estimula a produção de linfócitos pelos gânglios linfáticos.
De todos os benefícios já citados para as gestantes, um, em especial, merece destaque: com as constantes sessões, as grávidas passam a se conhecer mais e aceitam melhor a nova identidade corporal. Desta forma, a mulher passa a ter aumento do bem-estar emocional, fortalecendo ainda mais o vínculo mãe-bebê

Recomendações diárias:

- Beba de dois a três litros de água por dia
- evite o excesso de sal, que ajuda a reter líquido no organismo
- inclua no cardápio bastante legumes e frutas, como melancia e melão, que contêm muito líquido
- evite a carne vermelha, principalmente à noite. Substitua por peixe, que é rico em ômega 3, uma gordura saudável
- sob a orientação do seu médico, pratique atividades físicas regulares, como a caminhada.

Se preparando para o grande dia


Preparativos
Lista de Procedimentos
O que levar para a maternidade?
O que deve ser levado ao Hospital no momento da internação?
A sacola da mamãe e do bebê devem ser preparadas desde o 7º mês de gestação
Sacola da mamãe
01 - pacote de absorvente próprio para o pós-parto
01 - chinelo de quarto
03 - jogos de camisolas que sejam de fácil manejo para a mamentação
06 - calcinhas de tamanho maior do que usava antes de engravidar
01 - cinta pós-parto
01 - roupa para o dia de alta
02 - sutiãs de amamentação
- protetores de seios
- máquina fotográfica
- produtos de higiene íntima: escova de dentes, escova de cabelos, shampoo, sabonete, creme dental, toalhas...

Sacola do bebê

01 - creme para prevenção de assaduras
01 - pacote de fralda descartável (tamanho recém-nascido)
03 - conjunto pagão com calça
03 - conjunto de lã de acordo com o clima
03 - macacão de recém-nascido
02 - lençol de bercinho
01 - manta (de acordo com a estação)
06 - fraldas de pano (brancas, sem pintura)
01 - escovinha macia para cabelos
02 - sapatinhos e luvas de lã (no frio)
- lembrancinhas
- enfeite de porta
Esta é a lista mínima, fica a critério de cada um o que desejar levar a mais.
Documentos
- RG da paciente
- Carteira de convênio (caso tenha convênio, o Hospital exige na internação)
- CIC e RG do marido (ou acompanhante)
- Guia de internação (informe-se junto ao seu convênio se pode ser fornecida antes do parto, pois facilita muito no momento de internar).

OBS.: Parto é sempre urgência. Caso você se apavore, já saiu de casa e depois viu que esqueceu tudo, relaxe. Vá em frente. Leve sua esposa até o hospital e converse com a recepção. Enquanto ela está sendo atendida e você está assinando uma nota promissória, por exemplo, e um pouco mais tranqüilo, você volta e busca o que esqueceu.

´Tratamentos estéticos durante a gestação



Tais transformações que ocorrem durante a gravidez e as mudanças ocorridas no rosto nesse período, voltamos a falar sobre o assunto. Dessa vez, abordaremos as mudanças e os cuidados que a gestante deve ter com o corpo. Para isso, entrevistamos Marcella Delcourt que fala sobre os tratamentos estéticos corporais que podem ser realizados durante a gravidez. Confira!
Para evitar o aparecimento de estrias, quais os cuidados diários com a pele? O óleo ajuda ou é um mito?
Para evitar as temidas estrias o cuidado principal é a hidratação intensa da pele, que se inicia com a ingestão adequada de líquidos. No banho, é indicado o uso de um sabonete glicerinado e a aplicação de um óleo de banho concentrado, antes do último enxague. O hidratante corporal deve ser aplicado 2 vezes ao dia, principalmente nas regiões do abdome, lombar, nádegas, quadris, coxas e seios, sem passar na região dos mamilos.
Se a mulher tem estrias durante a gestação, quanto tempo após o parto pode ter início um tratamento estético?
A gestante deve iniciar o tratamento com o peeling de cristais (microdermoabrasão) assim que notar o primeiro sinal de estrias, mesmo durante a gravidez, pois é um procedimento simples e sem riscos para o bebê. Logo após o parto, o laser e a radiofrequencia já são liberados. Por outro lado, as substâncias injetáveis são indicadas só após o fim da amamentação.
Tratamentos com laser são permitidos na gestação (corpo e rosto)?
Após o primeiro trimestre, o tratamento com laser no rosto, braços e pernas é permitido. Mas cada ginecologista tem uma opinião e alguns são mais conservadores, e essa opinião deve ser respeitada pela paciente. Então, antes de iniciar algum procedimento como este, a mulher deve consultar o ginecologista que irá orientá-la e acompanhar o tratamento que será feito por um dermatologista.
A partir de qual mês está liberada a drenagem linfática?
A partir do primeiro trimestre. A drenagem linfática é uma massagem suave que ajuda a reduzir a retenção de líquido e diminuir os inchaços comuns da gravidez,além de prevenir e tratar as complicações decorrentes da gestação, auxiliando no alívio de problemas circulatórios e musculares, assim como de outros problemas relacionados às alterações hormonais, como enxaqueca, insônia, constipação e fadiga,além de proporcionar relaxamento à gestante.
Quais os cosméticos mais indicados para a hidratação corporal? Que tipo de ativos eles devem conter?
A gestante deve ter em seu arsenal de beleza corporal os seguintes cosméticos: um sabonete para banho a base de glicerina, um óleo de banho a base de óleo de amêndoas, óleo de rosa mosqueta e vitamina E, um bom hidratante glicerinado com ureia e ativos umectantes e um creme para sustentação e hidratação do busto.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tipos de partos


Normalmente o tipo de parto é escolhido de acordo com a posição do feto, considerando também a vontade da mãe. Muitas complicações geradas durante o parto foram diminuídas consideravelmente com a criação de novas técnicas e pelo fato da mãe fazer o pré-natal corretamente. É extremamente importante que a gestante faça o acompanhamento médico de forma a evitar riscos para o bebê durante seu nascimento.

Parto Cesáreo

A cesariana é um procedimento cirúrgico que envolve um corte no abdômen para a retirada do bebê. O corte transversal de 10 a 15 cm é feito dois dedos acima da região dos pelos púbicos. Corte este, que abrange sete camadas até chegar ao útero. O bebê é retirado pelo médico suavemente. Posteriormente a placenta é removida e o corte é fechado com pontos. A cesariana por ser um procedimento cirúrgico é antecedida de anestesia peridural, nessa o anestésico é injetado por fora da espinha, ou intradural, o anestésico é injetado dentro da espinha.

A cesariana geralmente ocorre após a 37ª semana de gestação. Dura cerca de 1 hora. Após esse tempo a paciente permanece em observação por 1 hora antes de ir para o quarto. A alimentação é iniciada após 6 horas. É um tipo de parto que proporciona à mulher, escolher o dia do nascimento, fazer laqueadura na mesma cirurgia, realizá-lo no mesmo dia da internação, durante o trabalho de parto e, além disso, não sentir as dores características desse.

Embora ofereça vantagens, é um parto que requer maiores cuidados com assepsia e oferece maiores complicações, como risco de infecção materna e de o bebê apresentar problemas respiratórios, já que se trata de uma cirurgia de grande porte. A alta hospitalar ocorre 72 horas após a cesariana. A recuperação é bem mais demorada do que em outros tipos de parto. A mãe pode sentir dores ao rir, chorar e ficar de pé.

Parto de Cócoras

Desde os tempos mais remotos, as mulheres têm procurado novas formas de ter um parto mais fácil, seguro e confortável, tanto para elas quanto para o bebê. Inspirado nas formas de parto indígenas, o parto de cócoras é semelhante ao parto normal, no entanto, a diferença está na posição em que a gestante fica: de cócoras, ou seja, agachada. A posição de cócoras oferece várias vantagens, como o fato do parto ser mais rápido devido ao auxílio da gravidade e a oxigenação do bebê ser melhor. Neste tipo de parto, a mulher geralmente se apóia nos ombros e braços de seu companheiro, fazendo com que o mesmo tenha um papel decisivo tanto no lado físico quanto psicológico. É colocado também, um espelho para que a mulher possa acompanhar o nascimento e ser visualmente estimulada para o processo de expulsão.

Parto Leboyer

O obstetra francês Frederic Leboyer apresentou esse tipo de parto na década de 70. O parto Leboyer é uma filosofia de assistência ao parto, criado para acolher a mãe e bebê, em um momento que exige muita energia dos dois e muitas vezes não se tem conhecimento prévio sobre o trabalho de parto. O parto Leboyer é realizado com as seguintes condições: pouca luz para não incomodar o bebê; silêncio, principalmente após o nascimento; banho próximo a mãe após o nascimento que pode ser dado pelo pai; ambiente quente, como por exemplo, o abdômen da mãe, a fim de atenuar o impacto da diferença entre o mundo intra-uterino e o extra-uterino.




Parto na água

Tal método consiste na preparação de uma banheira com água morna (36ºC) na qual a gestante permanece. Nesse tipo de parto, o ambiente fica à meia luz, sendo que o pai ou acompanhante tem a opção de ficar dentro da banheira com a mulher. Casos de acidentes envolvendo o método são raríssimos, e se comparados aos outros tipos de partos, onde também podem ocorrer acidentes, o parto na água é seguro.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cursos oferecido pelo Projeto Menina Mãe.

Aulas profissionalizantes para as adolescentes grávidas a partir de maio

A partir do mês de maio, iniciaremos aulas de inglês básico e computação voltadas para as meninas que têm seus bebês com mais de um ano de idade, possibilitando a entrada das mesmas no mercado de trabalho.

Quer Participar ? Leia abaixo e saiba mais sobre o nosso projeto.

O departamento de assuntos comunitários da associação dos médicos de santos promove o "projeto menina-mãe", que é um projeto-piloto com adolescentes grávidas, com uma equipe multidisciplinar voluntária, visando minimizar os efeitos que uma gestação nesta faixa etária pode provocar no seu desenvolvimento emocional, físico e social.
Na literatura científica consta que estas jovens costumam engravidar dentro de 1 ou 2 anos após a primeira gestação e também que elas evoluem com maior chance de apresentarem complicações durante este período.
Neste trabalho oferecemos informação e acompanhamento, juntamente com seu médico, na tentativa de diminuir estes riscos.
É pré-requisito para pertencer ao projeto que estas jovens estejam em acompanhamento médico especializado antes e após o parto, assim como os seus bebês.
Oferecemos orientação médica, psicológica e fisioterápica antes e após o parto, através de palestras e vivências com nossa equipe multidisciplinar.
Procuramos integrá-las à família e à escola.
Realizamos reuniões periódicas com as mães da meninas e com os pais dos bebês.
Ampliamos horizontes de profissionalização, através de cursos e oficinas de artesanato.
Damos orientação básica de puericultura para que possam cuidar do seu bebê e orientação em métodos contraceptivos para após o parto.
Acompanhamos a mãe e o bebê, juntamente com o ginecologista e o pediatra responsável, até o primeiro ano de vida.
Estas atividades são realizadas semanalmente, às sextas-feiras, das 13:30h às 18:h na sede da associação dos médicos de santos, totalmente gratuitas ( condução e lanches grátis ).

Conheça um projeto que cresce a cada dia, Projeto Menina Mãe.

Quem Somos

Em 18 de outubro de 2005, tomou posse como presidente da Associação dos Médicos de Santos (AMS), Dr. Arnaldo Duarte Lourenço, tendo como diretor do Departamento de Assuntos Comunitários, Dr. Dirceu Calió Rolino e como assistente Dra. Lourdes Teixeira Henriques. Esta nova diretoria empossada criou um Grupo Multidisciplinar voltado para o voluntariado, denominado “Centro Comunitário Outros Rumos”.
A partir daí, iniciaram-se estudos para a realização de projetos assistenciais e de responsabilidade social.
Várias foram às idéias para desenvolver um trabalho na área de responsabilidade social. Pensou-se em trabalhar com famílias moradoras de cortiços, com jovens próximos à maioridade residentes em abrigos e com adolescentes grávidas.
Finalmente optou-se pelo trabalho com adolescentes grávidas, devido à participação no grupo da Dra. Vera Andrade (atual chefe da Casa das Gestantes), experiente nesta área por já desenvolver trabalho semelhante no Hospital Silvério Fontes.
Em 28 de setembro de 2007, sexta-feira, iniciou-se o atendimento de gestantes adolescentes na AMS. Projeto este batizado por “Projeto Menina-Mãe”, pela voluntária Dra. Dora Ly Rolino, psicóloga e esposa do Dr. Dirceu.
Com a eleição de nova diretoria na AMS em 18 de outubro de 2008, tendo como presidente Dr. João Sobreira de Moura Neto, assume a diretoria do Departamento de Assuntos Comunitários, Dra. Lourdes Teixeira Henriques, com a responsabilidade de continuar o “Projeto Menina-Mãe”.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

ReHuNa REDE PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO E DO NASCIMENTO.


em breve, o novo site da ReHuNa
A ReHuNa, Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, vem desde 1993 se organizando e trabalhando para reunir e representar pessoas e instituições que acreditam na Humanização do Parto e Nascimento como um Direito Humano a serviço da melhoria da qualidade de vida, da democratização do conhecimento e da educação para a Paz.
"Cerca de 2 mil mulheres e 38 mil recém-nascidos brasileiros morrem a cada ano vítimas de complicações na gravidez, parto, pós-parto e abortamento. E o mais preocupante: muitas dessas vidas seriam poupadas se mulheres e bebês tivessem a saúde acompanhada de maneira correta.” ( Ministério da Saúde, 2006)
A ReHuNa (Rede pela Humanização do Parto e Nascimento) é uma organização da sociedade civil que vem atuando desde 1993 em forma de rede de associados em todo o Brasil. Nosso objetivo principal é a divulgação de assistência e cuidados perinatais com base em evidências científicas. Esta rede tem um papel fundamental na estruturação de um movimento que hoje é denominado “humanização do parto/nascimento”. Este movimento pretende diminuir as intervenções desnecessárias e promover um cuidado ao processo de gravidez/parto/nascimento/amamentação baseado na compreensão do processo natural e fisiológico.
O Brasil apresenta uma das maiores taxas mundiais de cesáreas. Nos grandes centros urbanos este passou a ser o método ”normal” de parir e nascer, uma inversão do processo que na grande maioria das vezes ocorreria de maneira fisiológica. Distante dos centros urbanos, no entanto, muitos partos ainda ocorrem sob a responsabilidade das parteiras tradicionais.
Nos Estados Unidos, por exemplo, onde encontramos tecnologia de ponta os índices de mortalidade materna são bastante altos. Em contraposição podemos citar países como Holanda, Suécia, Japão, Nova Zelândia e Inglaterra onde os índices são infinitamente mais baixos. Nestes países encontramos um novo paradigma de assistência obstétrica. Os partos são atendidos preferencialmente por parteiras profissionais e acontecem muitas vezes no domicílio. Na Holanda a taxa de parto domiciliar é em torno de 30% e os índices de morte materna e de cesáreas se encontram entre os mais baixos do mundo. Com o objetivo de reduzir a mortalidade materna no Brasil o Ministério da Saúde lançou o Pacto Nacional contra a Morte Materna. Entre as propostas do Pacto estão incluídas a Humanização da Assistência ao Parto e Nascimento. A ReHuNa é membro efetiva do pacto.
Durante os últimos anos, os partos que eram domiciliares se tornaram hospitalares com imposição de rotinas rígidas. As interferências dos profissionais de saúde e a inibição do desencadeamento do processo natural do trabalho de parto transformaram esta vivência, que poderia ser sublime, em momentos de terror, impotência, alienação. Não nos surpreende que muitas mulheres hoje acreditem ser a cesárea a melhor forma de dar a luz: parto sem medo, dor, sem risco... Ninguém informa que cesárea desnecessária tem risco de morte materna 5 a 7 vezes maior que o parto normal. O mais grave, no entanto, é que não encontramos nenhuma pesquisa científica que comprove que a hospitalização ou as intervenções rotineiras realizadas em nossos hospitais melhorem estes índices. Para o bebê, também existem muitos riscos, e o mais evidente deles é o aumento absurdo de prematuridade e internações em centros de cuidados intensivos por muitos meses, com conseqüências para toda a vida.
Inúmeros trabalhos vêm demonstrando a correlação do processo de gestação, parto, nascimento e amamentação com o desenvolvimento do potencial humano para um comportamento mais agressivo ou mais amoroso. A contemporânea epidemia de cesarianas retrata uma cultura que demanda tecnologia, realiza intervenções desnecessárias e potencialmente danosas, e forma profissionais sem consciência da alta complexidade e tecnologia envolvidas na compreensão dos processos fisiológicos de gestação, parto e nascimento. Tecnologia deveria significar, sobretudo, a união dos conhecimentos acumulados pela experiência humana com os progressos científicos. Estudos científicos atuais detectam e correlacionam diversas patologias humanas com o que ocorreu durante a gravidez e em especial durante o parto e a 1ª hora de vida. Pesquisas em diversas áreas do conhecimento humano não mais nos permitem deixar de relacionar fecundação, gravidez, parto, nascimento, amamentação e cuidados com a trajetória de vida de cada ser humano no que diz respeito à sua saúde física, emocional e social.
Acolher os que nascem é colaborar para tecer uma sociedade ecológica e ética, é promover relações de confiança mútua e de cooperação, que incluam a todos com suas singularidades e diferenças. O nascimento é um momento primordial para desenvolver a capacidade de amar.
A ReHuNa apóia, promove e reivindica a prática do atendimento humanizado ao parto/ nascimento em todas as suas etapas, a partir do protagonismo da mulher, da unidade mãe/bebê e da medicina baseada em evidências científicas. Esta missão vem sendo buscada na prática diária de pessoas, profissionais, grupos e entidades filiados a rede e preocupados com a melhoria da qualidade de vida, bem estar e bem nascer.
Uma de nossas grandes conquistas em 2005 foi a assinatura da Lei do Acompanhante (lei nº 11.108) que garante a todas as mulheres do SUS (Serviço Unificado de Saúde) a possibilidade de ter um acompanhante de sua escolha durante todo o trabalho de parto. Esta Lei é de grande importância e sua divulgação é fundamental para a sociedade civil. Em 2008 o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional pelo Parto Natural. O Brasil vem se destacando internacionalmente na luta pela Humanização da Assistência ao Parto e a reversão dos índices de cesárea em nosso país trarão reflexos para uma mudança no panorama em especial de outros Países da América Latina.
A ReHuNa acompanha este movimento, atuando como consultora e parceira da sociedade civil organizada nas políticas públicas de saúde. Internacionalmente participa de encontros científicos, representando o Brasil.

CONHECENDO CONCEITOS SOBRE HUMANIZAÇÃO,DOULAS,PARTO E MUITO MAIS,

Humanização do Nascimento

Ricardo Jones, Md

Cresce em todo o planeta um movimento fundamental, resgatando valores fundamentais, capazes de provocar profundas mudanças, na direção de um mundo menos violento, mais amoroso, digno, respeitável e justo.
A entrada da tecnologia nas nossas vidas, a partir do século XVII, acabou atingindo até os nossos ciclos e processos biológicos. O uso indiscriminado de drogas (legais e ilegais) é mais um dos reflexos de uma cultura que acredita estar a saúde fora do corpo, e magicamente acondicionada em drágeas, pílulas, comprimidos e injeções. Esta modificação na forma como compreendemos a busca pelo equilíbrio (de um modelo interno, para um modelo externo) produz repercussões em toda a sociedade. Nas sociedades ocidentais contemporâneas a saúde e o bem estar são vendidos como produtos, alienando o indivíduo de sua busca pessoal e responsabilização.
As mulheres, historicamente entendidas como possuidoras de organismos defectivos, foram as mais atingidas. No que tange ao nascimento humano vemos hoje em dia uma clara sinalização sobre os perigos do excesso de artificializaçã o da vida. O aumento das cesarianas é um bom exemplo deste exagero. Esta que deveria ser uma cirurgia salvadora acabou sendo banalizada ao extremo, e um percentual muito grande de mulheres acaba optando pela sua realização sem uma noção exata dos riscos a ela associados. Sabemos que no México temos índices de nascimentos cirúrgicos da ordem de 50%, assim como no Chile, Coréia e China. No Brasil a incidência desta cirurgia já superou a marca de 42% [1], e  nos Estados Unidos já temos mais de 30% das mulheres se submetendo a este procedimento cirúrgico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que não mais de 10 a 15% dos partos podem terminar em uma cirurgia de grande porte como a cesariana. Existe, portanto, um claro abuso na indicação desta cirurgia, pois esses números acima do razoável não se relacionam com necessidades de caráter médico. Incrivelmente, num mundo em que os indicadores de saúde melhoram em função do incremento nas condições sociais, a mortalidade materna aumentou nos últimos anos nos Estados Unidos, principalmente às custas do aumento de cesarianas naquele país [2].
A sociedade civil organizada está se dando conta de que o modelo tecnocrático existente não está mais oferecendo qualidade de saúde que as mulheres exigem, e se une, através das múltiplas formas de representatividade, para discutir o destino do nascimento no nosso país. É desse caldo social e cultural que surgem as organizações de mulheres, de profissionais, governamentais e a própria mídia para impulsionar as mudanças que a sociedade exige no que tange à segurança para mães e bebês.

Humanizando o Nascimento

Humanizar o nascimento é restituir o lugar de protagonista à Mulher.
Humanizar a chegada de um novo ser ao mundo baseia-se na idéia de que ele deve ser tratado com carinho e ser bem recebido desde o início, além de oferecer à mulher o controle do processo. A metáfora da festa se presta para este momento: se você fosse receber um filho seu que passou muitos anos fora de casa, prepararia uma festa em que ele pudesse ser recebido com afeto e consideração. No parto, a mesma situação. A transformação do  parto, de um acontecimento social em evento médico, é um processo cujas conseqüências ainda não foram completamente entendidas. Os humanistas do nascimento acreditam que a fisiologia das mulheres é absolutamente capaz de dar conta dos desafios a ela impostos. Partimos da pressuposição básica de confiança e otimismo. Acreditamos no processo evolutivo como depurador e impulsionador de transformações lentas e gradativas na natureza. Somos caminhantes dos milênios e temos nossas pegadas marcadas na poeira das galáxias infinitas, no dizer de Maximilian [3].
O parto humano foi forjado nesse grande laboratório de aprimoramento que é o  processo evolutivo e sua dinâmica, e não pode ser melhorado através de equipamentos, drogas ou cirurgias. Nossa função como cuidadores da saúde é observar os casos em que existe uma fuga da fisiologia na direção perigosa da patologia. Nesse caso, poderemos com toda a confiança e cuidado usar a nossa arte e nossa tecnologia para salvar tanto mães quanto bebês. Entretanto, o que vemos todos os dias é um abuso das cirurgias, fruto de uma desconsideraçã o das capacidades da mulher, como se ela fosse sempre entendida como incapaz, defectiva, frágil e incompetente para ter sucesso ao realizar uma tarefa milenar como a de colocar seus  filhos neste mundo. Usamos abusivamente a tecnologia, e nos baseamos numa crença preconceituosa em relação à mulher: A tecnologia é mais segura do que as mulheres para dar conta do nascimento. Isso é comprovadamente falso. Por estas questões marcadamente filosóficas, a Humanização do Nascimento é também uma questão de gênero, porque a matriz desta visão distorcida é uma postura de descrédito para com a mulher e sua fisiologia. O projeto global de Humanização do Nascimento é uma forma de colocar a mulher numa posição de destaque, valorizando seu corpo e sua função social e oferecendo-lhe o protagonismo de seus partos.

Doulas

Doulas são profissionais que acompanham as grávidas durante o processo de nascimento. Elas se aperfeiçoam em oferecer suporte afetivo, emocional e físico para as grávidas durante o parto. Elas não realizam qualquer atividade de ordem médica ou de enfermagem. Seu foco de  atenção é somente a mulher e seu conforto. Não verificam pressão arterial, não auscultam batimentos cardíacos fetais, não fazem exames para ver o progresso de dilatação e não oferecem medicações de qualquer ordem. Elas são referendadas pela OMS, através do livro Assistência ao Parto Normal – Um Guia Prático [4] assim como pelo Ministério da Saúde do Brasil através do livro Parto, Aborto e Puerpério – Assistência Humanizada à Mulher [5], e sua atuação é baseada em evidências atualizadas e consistentes, como pode ser visto no livro Guia para Atenção Efetiva na Gravidez e no Parto – Enkin e Cols [6] da biblioteca Cochrane de Medicina Baseada em Evidências. Os inúmeros trabalhos realizados (Klauss & Kennell [7] – Mothering the Mother) que avaliam a ação das doulas na assistência ao nascimento mostram um decréscimo das intervenções como cesarianas,  fórceps, analgesias de parto, episiotomias, etc, junto com um aumento de sentimentos positivos relacionados com o parto. Ao lado de tantos achados positivos relacionados ao parto, também encontramos uma incidência aumentada de mulheres que se mantém amamentando além de 6 semanas após o nascimento de seu bebê [8]. Doulas não produzem trabalho redundante, não competem com médicos ou enfermeiras pelo trabalho com as grávidas e, inclusive, deixam os profissionais mais à vontade para suas tarefas específicas. Na ausência de qualquer risco associado, e com as evidências claras das melhorias associadas com sua atuação, para toda a mulher deveria ser oferecida a oportunidade de ter uma doula a lhe acompanhar durante o parto.[9]

Um Profissional para a Vida

O que é um profissional humanizado e como reconhecê-lo?
Profissional humanizado é todo aquele que entende as dimensões subjetivas do seu paciente como prioritárias. É o profissional que encara toda a paciente como singular, irreprodutível e  diferente de todas as outras. Encara o nascimento como momento único e evento ápice da feminilidade. Trata seus pacientes com gentileza e respeito, oferecendo às mulheres a condução do processo. Posiciona-se como uma instância de orientação técnica, e não como proprietário do evento. Usa os protocolos mais atualizados, como a medicina Baseada em Evidências, para o tratamento de suas pacientes, mas sempre leva em consideração a dimensão subjetiva de cada uma, forjada na sua história pessoal, suas lembranças, seus medos, suas expectativas, seus sonhos, suas características físicas e seu desejo de passar pelo nascimento de seus filhos como um ritual de amadurecimento. É um profissional que alia as habilidades técnicas com uma postura compassiva em relação às mulheres grávidas, entendendo-as como possuidoras de um grande tesouro, que deve ser cuidado com carinho e respeito.
Segundo Sheila Kitzinger, antropóloga britânica e autora de vários livros sobre partos em várias culturas, um profissional humanista é aquele que estimula que suas clientes, ao olharem para trás e lembrando do seu parto, possam enxergar uma estrada de crescimento pessoal. Um profissional humanizado sabe que o adágio hipocrático primeiro é Primum non nocerePrimeiro, não causar dano – e tem o máximo cuidado com o uso de intervenções e drogas durante o processo. Um humanista do nascimento sabe que as rotinas em qualquer centro obstétrico no mundo são extremamente invasivas, e que essa interferência no processo natural pode ter repercussões dramáticas nos resultados do nascimento para o binômio mãe-bebê.  Assim, procura ter como meta um parto em que o menor número de intervenções ocorra, ao mesmo tempo em que se preocupa com o máximo de segurança e bem estar para todos.

Humanização do Nascimento e Tecnologia

Elas não se opõem em hipótese alguma. A humanização do nascimento é a síntese que coloca  paradigmas de atenção lado a  lado.
O uso de tecnologia é uma característica ancestral do ser humano, e o que nos diferencia das outras espécies animais. Somos seres que dominam o mundo ao seu redor, ao invés de nos submetermos a ele. Somos dotados de racionalidade e de linguagem, o que nos oferece as mais amplas capacidades de modificar o meio ambiente. Essa capacidade fantástica de mudar o mundo é ao mesmo tempo maravilhosa e perigosa. Bem sabemos o quanto o uso de tecnologia poluiu o mundo a ponto de nos colocar em risco de sobrevivência. Sabemos da mortandade de peixes, do aquecimento global, do envenenamento de lagos e rios, do desaparecimento de espécies animais pela ação  predatória irresponsável. E também do número abusivos de cesarianas. Isso tudo foi construído com o nosso intelecto, mas sem uma avaliação adequada dos riscos inerentes em se modificar o mundo circundante.
A humanização do nascimento é a síntese que procura colocar dois paradigmas lado a lado, criando uma terceira via de discussão. De um lado temos o naturalismo, que encara os fenômenos de forma natural, onde qualquer intervenção humana seria inadequada e ruim. Assim, se uma criança ou mãe viessem a morrer, a natureza daria conta desta falta. Outras mulheres teriam seus filhos, e a contabilidade final levaria em consideração a proteção  da natureza, e não a vida subjetiva das mulheres que passam pelo processo.
No extremo oposto do espectro temos a tecnocracia, que é um sistema de poder que coloca em posição de destaque aqueles que controlam a tecnologia e a informação. Neste modo de ver o mundo as pessoas acabam se despersonalizando, perdendo seu rosto, tornando-se objetos da ação da tecnologia. Vemos isso diariamente, sob múltiplas formas, na medicalização crescente do parto. O nascimento, que deveria ser um acontecimento social, familiar e afetivo, tornou-se paulatinamente num evento médico, cheio de intervenções potencialmente perigosas.
Diante da distância destes dois paradigmas, como agir para oferecer o melhor que as mulheres e seus filhos precisam e merecem? Wenda Trevathan, antropóloga americana (Birth, Evolutionary Medicine) [10], sintetiza bem esta questão ao dizer que (...) as raízes do suporte emocional às mulheres são tão antigas como a própria humanidade, e a crescente insatisfação com o modo como conduzimos o parto está relacionada com a falha do sistema médico em reconhecer e trabalhar com essas necessidades. Perdemos o contato com a natureza íntima, sexual, feminina e transformadora do parto. Domesticamos o nascimento, abafando a sua natural rebeldia. Entretanto, o que  sobra de humano no parto? O que resta do evento que poderia ser aproveitado como elemento de projeção e de transformação para esta mulher?
A Humanização do Nascimento entra neste momento histórico como a síntese mais acabada das teses digladiantes. Procura entender o ser humano como um ser imerso na linguagem e que constrói a tecnologia como forma de expressão de sua própria natureza racional, mas que não pode jamais perder a sua humanidade. Assim, a idéia de humanizar o nascimento esforça-se para oferecer o melhor de dois mundos  [11], ao procurar o resgate do suporte social, emocional, afetivo e espiritual às mulheres em trabalho de parto, ao mesmo tempo em que oferece o melhor da tecnologia salvadora para aquelas mulheres que se afastam do rumo da fisiologia e se dirigem ao caminho perigoso da patologia.
Não há porque negar o recurso tecnológico para resgatar vidas que se apresentam em risco; por outro lado não há porque se artificializar um evento tão humano quanto o nascimento de uma criança. De tão artificializado, o nascimento de um  indivíduo desfigurou-se a ponto de nem ser mais reconhecido como processo ligado à reprodução e à natureza, quanto mais estar unido a sentimentos tão humanos como o amor e a esperança.

Caminhos para a Humanização

A mobilização em torno de um parto mais humano e seguro é um evento político, porque tem a ver com a expressão social de valores!
Existem várias formas de trabalhar com essa necessária reformulação. Primeiro, é importante entender a necessidade desta reavaliação. A intromissão da tecnologia em todos os setores da nossa vida cotidiana nos cria a sensação incômoda de que estamos deixando de ser o que somos. Filmes como Matrix, O Exterminador do Futuro, etc. nos falam dessa perda paulatina da essência humana através da metáfora do Cyborg. Outros filmes recentes, como Equilibrium e Children of Men nos alertam para o desaparecimento daquilo que nos caracteriza como seres humanos: a nossa capacidade de sentir, cuidar e amar os semelhantes. Este último nos mostra  uma sociedade em crise pela falta do elemento civilizador do amor, metaforizado pela infertilidade desesperadora que ocorreria em um futuro próximo. Estamos, a cada dia que passa, perigosamente mais distantes da essência humana que nos define.
Em segundo lugar temos que entender que esse não é um problema médico, ou que tem a ver com a medicina; é um problema da sociedade como um todo, com possíveis expressões médicas. Foi a sociedade, e não a medicina, que criou o modelo tecnocrático que se expressa em quase todos os aspectos da cultura. No dizer da antropóloga e professora Robbie Davis-Floyd, a tecnocracia aplicada ao nascimento  não se expressa num vácuo conceitual; aproveita uma visão crescente na cultura que encara a Máquina como a principal metáfora para explicar o nosso funcionamento como sociedade [12]. Nós verdadeiramente acreditamos que somos mais felizes por termos celulares, TVs de plasma, aviões supersônicos; por que não acreditaríamos que seremos melhores se tirarmos um bebê do ventre materno em minutos e aparentemente sem dor?
É  preciso uma compreensão muito mais sofisticada da história, da vida, da ritualística, dos valores, da fisiologia humana e dos nossos sonhos para ter uma visão dissidente do modelo tecnológico contemporâneo. Desta forma, humanização do nascimento passa pela compreensão do sentido profundo dos valores, e estes valores não podem ser alterados por decreto. Eles se formam ao longo dos séculos, às vezes mais. Mudá-los significa mexer na ultra-estrutura inconsciente da sociedade, e isso demanda tempo. Além do mais, essa mobilização em torno de um parto mais humano e seguro é um evento político, porque tem a ver com a expressão social destes valores. Somos seres que vivem aglomerados, e a nossa ação política significa organizar e mobilizar pessoas em torno de ideais comuns.

Um Processo Lento e Gradual

A educação e conscientização para o parto humanizado têm uma importância vital no processo.
Através da compreensão das forças que estabelecem nossos valores profundos podemos ver que a tarefa de  humanizar o nascimento só pode se dar através de um processo demorado e lento, porque tem a ver com a própria estrutura que sustenta a sociedade ocidental. Nossa ação, portanto, deve ser em várias frentes, sendo a educação para o parto humanizado uma das tarefas mais substanciais. Inúmeros livros têm sido escritos ultimamente sobre parto humanizado, e muitos dos lançamentos se direcionam às crianças, porque se entende que o respeito ao corpo da mulher e seus ciclos é algo que se aprende desde a mais tenra idade. Educar meninas e meninos sobre o valor do nascimento com dignidade é uma tarefa dos educadores que não pode ser mais adiada.
Outra ação importante é com os cuidadores de saúde. Estes devem  receber orientação sobre as vantagens que a medicina baseada em evidências aponta para a humanização do nascimento. Médicos, parteiras, psicólogas, educadoras perinatais, enfermeiras e doulas devem receber treinamento numa abordagem mais suave, mais social e afetiva do nascimento. A presença de companheiros e/ou familiares na hora do nascimento deve ser estimulada por estes profissionais. Esta atitude simples e de baixo custo, além de não aumentar riscos, diminui o sofrimento e oferece uma vivência mais harmoniosa do parto para o casal e/ou família.
As escolas médicas e de enfermagem deverão incluir de forma obrigatória classes que  abordem os direitos das pacientes, a humanização do nascimento, partos domiciliares e medicina baseada em evidências. É digno de nota que o Brasil acaba de assinar uma lei em nível nacional que garante a presença de um acompanhante de livre escolha da paciente nos partos atendidos no sistema público. Este documento foi assinado pelo Ministro da Saúde em cerimônia durante o II Congresso Internacional de Humanização do Nascimento, no Rio de Janeiro em 2005.[13]
Uma outra frente importante de luta é pelo direito das pacientes de terem uma doula durante o parto. A medicina baseada em evidências, como foi dito anteriormente, recomenda que se  devam estimular as pacientes a terem uma acompanhante treinada durante o parto, pelos inúmeros efeitos positivos que possui e pela ausência de riscos associados. As doulas se comportam, hoje em dia, como a linha de frente na luta por um parto vivido de forma mais tranqüila e serena. Sua presença nos partos deveria ser estimulada pelos governos e hospitais, pelas vantagens eloqüentes de sua presença.

Casas de Parto e Partos Residenciais

Um dos pontos nevrálgicos relacionados com a humanização
A partir dos anos 30 houve um fenômeno migratório imenso relacionado com o nascimento, quando milhões de mulheres no mundo ocidental se dirigiram para os hospitais para terem seus filhos, sem que jamais houvesse uma comprovação de que o ambiente hospitalar tivesse trazido uma melhora dos resultados. Hoje em dia sabemos que a fisiologia do parto fica alterada quando tiramos uma mulher do seu domínio e do seu contexto. A ida para o hospital acrescenta desafios para a mulher, sem apresentar vantagens inequívocas para as pacientes de baixo risco.
Os hospitais foram criados para o tratamento de pacientes graves, portadores de doenças que as impedem de continuarem em suas casas. Uma grávida, ao entrar em um hospital, naturalmente se contaminará com a atmosfera doentificante lá existente, e vai incorporar a idéia de que ela está, em verdade, doente. Esse efeito tem profundas repercussões em seu psiquismo e na sua vivência do evento. Seus hormônios se afastam da ritmicidade natural, e o sistema de proteção é acionado. O círculo vicioso de medo-tensão-dor,  descrito por Dick-Read [14] nos início do século passado, é acionado, produzindo a liberação da adrenalina, com todos os seus eventos adversos relacionados. Mulheres em hospitais, mesmo que tratadas com gentileza, são atendidas sob o signo do medo. Quanto mais medo, mais tensão. Quanto mais tensa, através de um processo de proteção automática, mais dor ela sentirá. Quanto mais exposta à dor patológica (diferente da dor fisiológica do trabalho de parto) mais ela sentirá medo, e o processo todo se reativará novamente, no que se convencionou chamar do ciclo vicioso medo-tensão-dor, mediado pela adrenalina.
As Casas de parto e os Partos Domiciliares vêm crescendo no mundo inteiro como alternativa ao atendimento frio e medicalizado oferecido nos hospitais. Em 1992 a Câmara dos Comuns na Inglaterra recomendava que os partos domiciliares deveriam ser incrementados e estimulados para as pacientes de baixo risco, e acompanhados por parteiras treinadas [15]. No Brasil, apesar da forte oposição da classe médica, existem casas de parto funcionando em diversos locais do país.
Nos Estados Unidos foi realizada a maior pesquisa da história sobre partos fora do ambiente hospitalar, atendidos por parteiras treinadas. Os resultados confirmaram a tese de que partos conduzidos por parteiras treinadas e em pacientes de baixo risco tem resultados iguais ou superiores àqueles atendidos no ambiente hospitalar [16]. Diante desta confirmação é importante que os governos se apressem em oferecer alternativas seguras para as pacientes,  como as casas de Parto e o estímulo ao Parto Domiciliar.
Outro ponto de extrema importância é a mudança do sistema jurídico para que os médicos se sintam protegidos ao oferecer as evidências mais atuais no atendimento às suas pacientes. No Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo, os médicos mais processados são os obstetras, mas apenas se oferecem atendimentos humanizados e estimulam o parto vaginal. Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, realizar uma cesariana é um salvo-conduto para o obstetra, mesmo que isso signifique aumentar os riscos a que milhares de gestantes se expõem ao realizar uma cirurgia desta magnitude. Aguardar o  desfecho natural de um parto, pela via vaginal, é um risco tremendo para os profissionais porque a mitologia contemporânea favorece a medicalização extremada, mesmo que o conhecimento científico atual aponte um risco muito maior nas intervenções cirúrgicas. Enquanto os médicos (principais atendentes de parto no Brasil e Estados Unidos) forem ameaçados por processos ao atender de forma humanizada, nenhum resultado será perceptível. O aprimoramento do judiciário é fundamental para que os profissionais da medicina possam ser avaliados em juízo pelos parâmetros mais modernos existentes no atual conhecimento obstétrico, como as diretrizes oferecidas pela Medicina Baseada em Evidências.

Princípio Fundamental

Para construirmos um mundo menos violento, mais amoroso, mais digno, respeitável e justo temos que começar com o nascimento.
Acreditamos na capacidade de parir que cada mulher carrega. Acreditamos na perfeição da natureza e nos milhares de anos de preparo para os mecanismos intrincados do nascimento. Sabemos  da importância da tecnologia para salvar a vida de pessoas que estão em risco. Por outro lado, entendemos que a intervenção num processo natural só pode se justificar diante de critérios muito claros de auxílio diante de graves problemas. Intervir no nascimento para encurtar tempo ou por interesses econômicos quaisquer são erros graves que devem ser evitados. Atitudes como essas, que retiram da mulher um evento que é essencialmente seu, não podem ser tolerados em uma sociedade que deseja ser justa e fraterna.
O desempoderamento da mulher no nascimento de seus filhos tem repercussões na sociedade como um todo, pois será ela a principal guardiã dos seus valores, e quem a eles vai lhes ensinar as primeiras idéias. O parto é um momento pleno de afeto e sexualidade e a intervenção desmedida pode ter efeitos devastadores - físicos e psicológicos - para a mãe e seu bebê. Além disso, se quisermos verdadeiramente mudar a humanidade temos que mudar a forma como nascemos, como já nos dizia Michel Odent [15].
Para construirmos um mundo menos violento, mais amoroso, mais digno, respeitável e justo temos que começar com o nascimento, para que todos possam chegar a esse mundo envoltos numa aura de carinho e amor.
Referências no Texto
  • [1] tabnet.datasus.gov.br
  • [2] P. Krugman, Pride, Prejudice, Insurance,  International herald Tribune, november 8, 2005; www.cdc.gov/nchs.
  • [3] Jones, Ricardo, 2004. Memórias do Homem de Vidro – Reminiscências de um Obstetra Humanista. Ed. Idéias a Granel
  • [4] Organização Mundial de Saúde. Assistência ao Parto Normal: Um guia Prático. Relatório de um Grupo Técnico. Genebra, 1996. 53p.
  • [5] Ministério da Saúde Brasil. Parto, Aborto e Puerpério – Assistência Humanizada à Mulher -  MS 200
  • [6]Enkin M. & Cols, Guia para Atenção Efetiva na Gravidez e no Parto. 3a Edição - Guanabara Koogan 2000
  • [7] Klauss, M.H., Kennell, J.H., The Doula: An Essential Ingredient of Childbirth Rediscovered. Acta Paediatric 86:1034-6, 1997
  • [8] Enkin M. & Cols, Guia para Atenção Efetiva na Gravidez e no Parto. 3a Edição - Guanabara Koogan 2000
  • [9] Sosa, R., Kennell, J., Klauss, M., Robertson, S., and Urrutia, J. (1980) The Effective of Supportive Companion on Perinatal Problems, length of labor, and mother-infant interaction. The New England Journal of Medicine 303:597-600
  • [10] Threvathan, W.R., Smith, E.O., McKenna, J.J. Evolutionary Medicine (1999) Oxford University Press
  • [11] idem
  • [12] Davis-Floyd, Robbie. 1992. Birth as an American Rite of Passage.  Berkeley: University of California Press
  • [13] Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005, e a Portaria nº 2.418/GM, de 2 de dezembro de 2005
  • [14] Dick-Read, G. 2004 (orig pub 1959) Childbirth Without Fear. Pinter & Martin Ltd., London
  • [15] The Independent, Edição de 14 de maio de 2006

CONHEÇA O TRABALHO LINDO DA DOULAS DE PORTUGAL- ALGUMA S EXPLICAÇÕES.

 

O que é uma doula?

foto: Anabela Oliveira Uma doula é geralmente uma mulher com experiência de maternidade, que está ao lado da mãe durante o seu parto, ajudando-a a sentir-se segura de modo a que ela consiga mais facilmente dar à luz.
Geralmente, a doula conhece a futura mãe durante a gravidez, estabelecendo-se entre elas uma relação de empatia e confiança, importante para o acompanhamento do parto que acontecerá mais tarde. Ao longo da gravidez, a doula ouve os pais acerca dos seus anseios, expectativas e desejos relativamente ao parto, ajuda a esclarecer dúvidas, orienta na busca de informação de qualidade, e sobretudo transmite confiança e tranquilidade no processo do parto à mulher e ao seu companheiro.
Durante o trabalho de parto, a doula está com a mãe, mantendo uma presença discreta, tranquilizadora e criando uma esfera de protecção à sua volta, assegurando a satisfação das suas necessidades básicas, privacidade, segurança, luz atenuada, redução do uso de linguagem e conforto térmico, favorecendo assim o bom desenrolar do trabalho de parto fisiológico.
No hospital, a doula é um recurso particularmente precioso pois aí o pessoal médico não tem disponibilidade para prestar assistência personalizada, e o pai muitas vezes não se sente verdadeiramente confortável por estar ao lado da mãe, nem sabe como ajudar e pode pôr a mãe mais nervosa. O homem também liberta facilmente adrenalina que é contra-producente à progressão do trabalho de parto da sua mulher. Mas é importante esclarecer que a doula não pretende ser uma substituta do pai. Cada um tem o seu papel. Ela transmite tranquilidade também ao pai, podendo ajudá-lo a prestar um melhor apoio à sua companheira, ou sentir-se à vontade para se afastar e descansar um pouco, por exemplo. A mãe assim pode relaxar, sabendo que não está a colocar essa pressão sobre o pai de a acompanhar em todo o processo. A doula constitui um apoio não só à mãe como ao casal, sendo que o seu objectivo é sempre criar um ambiente harmonioso à volta da mãe, e reduzir a sua ansiedade, pois é isso que facilitará o trabalho de parto. A doula funciona também como uma interface entre a mãe e o pessoal hospitalar, defendendo os seus interesses e desejos quanto ao seu parto.
O apoio da doula continua no pós-parto, através de algumas visitas à mãe, preparando um chá ou uma refeição, ou até auxiliando em pequenas tarefas domésticas que permitam à mãe passar mais e melhor tempo com o seu bebé nos primeiros dias. Noutros países existem as doulas de pós-parto especializadas neste tipo de assistência.
A doula é nos dias de hoje uma profissional da humanização do parto, que vê o parto como um evento normal e pleno de significado na vida das mulheres, e o compreende como um processo fisiológico, que não pode ser desligado das dimensões física, psicológica, sexual, afectiva e espiritual do ser feminino.
Carla Guiomar
Doulas são amortecedores afectivos. Funcionam para proteger as pacientes das inúmeras provas, dúvidas, angústias, às quais ela é submetida durante o nascimento de uma criança. (…) O nascimento humano provoca uma gama de sentimentos que normalmente não experimentamos no nosso dia-a-dia. É um momento muito mágico e muito poderoso. Por isso, as pessoas que estão presentes neste momento, são imanadas de uma energia muito especial, que impregna seus corpos e almas com uma luminosidade lilás e brilhante. As doulas, mulheres como as parturientes, são abençoadas com a dádiva da cumplicidade, e recebem como prémio a gratidão eterna.
Dr. Ricardo Herbert Jones,
obstetra brasileiro e coordenador da Rede para a Humanização do Nascimento (ReHuNa) no Brasil.

Segundo Mês de Gravidez

A fertilização do óvulo pelo espermatozóide ocorre sempre 14 dias antes da data prevista da próxima menstruação, quando é possível prevê-la. O novo ser humano, já concebido, permanece cerca de sete dias solto dentro do útero, alimentando-se de substâncias existentes dentro do óvulo fecundado, como se fosse um pintinho dentro do ôvo que se alimenta da própria gema. No sétimo dia da gravidez suas reservas já estão no fim e ele deve grudar-se à parede do útero para poder continuar a alimentar-se e a receber oxigênio da própria mãe. Assim que ele se nida, começa a formar-se uma placenta, que é uma espécie de filtro entre a mãe e o bebê, para que o bebê possa retirar do sangue materno o alimento e o oxigênio de que necessita. O alimento e o oxigênio que circula no sangue materno atravessa o útero, é filtrado pela placenta, passa pelo cordão umbilical e entra na circulação sanguínea do bebê diretamente pelo umbigo e pelo intestino.

Assim que o bebê se nida no útero ele também ativa um hormônio no corpo da mãe para impedir que o organismo da gestante rejeite o bebê como um corpo estranho. Sempre que um corpo estranho penetra em nosso corpo, seja um microorganismo, seja um órgão transplantado de outra pessoa, nosso organismo reconhece que é algo que não lhe pertence e passa a atacá-lo com seu sistema imunológico até destruí-lo. É por isso que as pessoas que recebem um transplante de coração que pertencia a outra pessoa devem ser medicadas com drogas que impeçam a rejeição e é por isso que se introduzirmos um pedaço de madeira debaixo da pele o corpo em volta do local se torna avermelhado, inflamado e depois cheio de pus. É o nosso próprio corpo reconhecendo outro corpo como estranho a ele próprio e tentando destruí-lo. Se o bebê, ao implantar-se no útero no sétimo dia da gravidez, não enviasse um sinal hormonal ao corpo da mãe para que ela não o reconhecesse como um corpo estranho, ninguém jamais nasceria, pois todos nós seríamos imediatamente destruídos pelas nossas próprias mães a partir do sétimo dia da gestação.

Isto também mostra que, biologicamente, não é verdade dizer que o bebê é parte do corpo da mãe. Se ele fosse parte do corpo da mãe, não necessitaria de um sofisticado aparato hormonal para impedir que o corpo da gestante o destruísse como um corpo estranho.

Em certas circunstâncias, quando há incompatibilidade de fator RH entre o sangue da mãe e do pai do futuro bebê e não se tomam as devidas providências médicas, esta barreira hormonal falha e o bebê é destruido como seríamos destruidos todos nós se a natureza não tivesse descoberto este recurso justamente por não sermos partes do corpo de nossas mães.

Isto é apenas mais uma de centenas e centenas de muitas evidências de uma verdade muito clara: o futuro bebê já é outra pessoa, com seu próprio código genético, seu próprio sistema imunológico, seus prórprios órgãos, sua própria individualidade.

Se você está pensando em fazer um aborto, não minta para você mesma. Quem você está matando é seu próprio filho já formado. Não existe modo de negar esta verdade, e nossa própria natureza sabe disto mesmo que queiramos negá-lo.

domingo, 9 de maio de 2010

Homenagem para você MÃE


Pai, tu, sendo Deus, quiseste mostrar
entre nós tua face materna...
Por isso criaste todas as mães!
Peço-te por minha mãe,
sinal concreto e visível de teu amor entre nós.
Multiplicai os seus dias
em nosso meio!

Acompanha-a em todo riso
e em toda lágrima,
todo trabalho e toda prece,
todo dia e toda noite!

Que tua bênção cubra de luz
a vida de minha mãe para que,
inundada de ti, ela seja sempre mais
Presença do divino em minha vida. Amém!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

CONHECENDO ALGUMAS TERAPIAS COMPLEMENTARES QUE AJUDAM E MUITO NESSE PERÍODO............E EM TODOS OS DIAS DE NOSSA VIDA.

Ioga na gravidez
Existem inúmeras terapias que ajudam a aliviar incómodos ou problemas que uma gravidez possa acarretar, funcionando como alternativa à falta de soluções da medicina tradicional. No entanto, deve sempre consultar o seu médico assistente e explicar-lhe o que pretende fazer antes de decidir praticar alguma delas.

Acupunctura

A acupunctura é uma terapia da medicina tradicional chinesa que tem como função equilibrar energias. Implica a inserção de agulhas ultrafinas e esterilizadas em pontos específicos do corpo chamados meridianos. Estes pontos, quando estimulados pela agulha, podem regular a forma como o corpo funciona. A acupunctura é conhecida por ajudar em casos que podem afectar a fertilidade como o hipotiroidismo e o hipertiroidismo. A acupunctura tornou-se recentemente famosa pela sua capacidade de tratar a dor sendo muitas vezes utilizada durante o parto para diminuir as dores. Também é útil para ajudar a rotação do bebé quando se encontra numa posição mais difícil permitindo um maior relaxamento durante o parto.
A acupunctura durante a gravidez pode ser muito útil no alívio de dores nas costas provocadas pelo aumento do abdómen, especialmente no 3º trimestre da gravidez. No primeiro trimestre é aconselhada para ajudar a diminuir os enjoos. No entanto, existem cuidados a ter com a acupunctura, pois a estimulação em certos meridianos pode provocar contracções uterinas; por isso se pretender fazer acupunctura durante a sua gravidez deve fazê-lo com um acupuntor muito experiente.
Depois do parto também pode ser um bom recurso, pois nesta fase a acupunctura pode ajudar a reequilibrar as funções do organismo e a produção hormonal. O benefício pode verificar-se na amamentação pois permitirá sentir-se mais tranquila, dando origem a uma maior produção de leite. Outro benefício visível é na pele, porque a acupunctura melhora a circulação e estimula o colagénio da pele tornando-a mais flexível e lisa.

Reflexoterapia ou Reflexologia

A reflexologia é uma técnica específica de pressão que actua nos chamados pontos reflexos, sendo os dos pés os mais utilizados; estes pontos encontram-se em áreas dos pés que representam todas as partes do corpo. No entanto, também se pode praticar reflexologia nas mãos, orelhas, coluna, face, crânio e outras. Ter os seus pontos trabalhados por um reflexologista profissional poderá ajudá-la a passar uma gravidez mais relaxada, contribuindo para o seu bem-estar físico e emocional. No entanto, se não costuma utilizar esta terapia, só é recomendado a sua prática a partir da 18ª semana.
Desde a concepção, passando pelo parto até ao pós-parto, a reflexologia poderá ser benéfica. A reflexologia na gravidez é muitas vezes usada para tratar pés inchados, problemas de digestão e melhorar o sono. Ajuda também a diminuir os enjoos no primeiro trimestre, bem como o cansaço que se pode sentir nesta fase. Durante a restante gravidez a reflexologia ajuda a equilibrar o corpo.
Antes do parto podem fazer-se diversas sessões de preparação para o mesmo, preparando a parturiente para a gestão da dor, e para uma melhor expulsão da placenta. 

Reiki

O reiki é uma terapia alternativa que utiliza a energia universal que nos rodeia. O "tratamento" é tradicionalmente efectuado com o pressionar das mãos no corpo de quem o recebe. Esta prática assume que o corpo tem 7 pontos fulcrais chamados chacras que definem os centros energéticos do nosso corpo. É através dos chacras que o nosso organismo recebe a energia vital do Universo sendo eles: raiz, sexual, solar, coração, garganta, terceira visão, coroa. Esta prática desbloqueia os canais de energia de forma a permitir um relaxamento corporal.
O reiki é utilizado no início da gravidez para ajudar a aliviar o stress e o desconforto que uma grávida pode sentir nesta fase, aliviando os enjoos e as insónias.
O reiki é usualmente uma prática considerada segura durante toda a gravidez desde a concepção até ao pós-parto. Durante a gravidez o reiki pode diminuir ansiedades, náuseas e insónias. Durante o parto, ajuda a controlar a dor sentida, permitindo um parto mais facilitado.

Depois do parto, o Reiki ajuda a mãe a sentir-se mais serena, ajudando a gerir melhor a montanha de emoções que habitualmente surgem nesta fase.

Ioga

Esta prática combina o movimento corporal e a meditação de forma a conseguir um bom equilíbrio físico e mental. Só deve praticar yoga na gravidez se já for praticante habitual. Existem aulas de yoga especialmente para grávidas, que devem ser ponderadas se já for uma praticante habitual. 
Se pretende engravidar esta é uma óptima fase para se inscrever numa aula de yoga para iniciados. A boa postura e a descompressão do corpo contribuem para uma concepção mais fácil. Se já está grávida não deve praticar posturas que possam cortar a circulação do seu útero, estender demasiado a região abdominal, poses que implicam muito tempo em pé, que façam compressão do abdómen.
O yoga pode ser muito bom pois ensina a respirar correctamente e desenvolve a capacidade de concentração, o que é muito importante para o parto, especialmente durante a fase das contracções.
Depois do parto o yoga também ajuda a voltar a voltar à boa forma física, e a lidar com o rol de emoções, especialmente através da meditação.

Massagem Shiatsu

O shiatsu, também conhecido por acupressão, é uma técnica de massagem. A terapia da massagem shiatsu
Durante a gravidez o shiatsu pode ajudar a aliviar diversos sintomas como: dores de costas, tensões musculares, desconforto pélvico, pressão abdominal, ciática, pernas pesadas, indigestão, pressão arterial elevada, falta de fôlego, ansiedade, entre outros. No entanto, deve-se evitar fazer muita pressão nos ombros e na região pélvica, sob pena de se induzir um aborto. Durante o primeiro trimestre da gravidez se for submetida a um shiatsu mal feito poderá correr o risco de ser induzido o aborto, por isso, é muito importante que a massagem shiatsu seja feita por um especialista qualificado.
 Fazer algumas sessões antes do parto pode ajudar a nível psicológico e a nível físico, acalmando e libertando tensões. Deve-se ter cuidado para não estimular demasiado o útero durante a gravidez, mas no parto esta técnica é a ideal a ser usada, especialmente se a data prevista do parto já estiver ultrapassada. A nível psicológico, o shiatsu ajuda a libertar tensões em termos físicos e emocionais, encorajando a calma e um estado mental sereno.
Depois do parto, o shiatsu ajuda a uma recuperação mais rápida.

Massagem terapêutica pré-natal

A massagem terapeuta pré-natal ajuda a melhorar a saúde, reduzir o stress, alivia tensões musculares e reduz edemas. A massagem terapêutica pré-natal pode ser muito boa para lidar com problemas como o aumento do peso, relaxar as articulações e ajudar com tensões musculares, pode também reduzir a ansiedade e diminuir os sintomas de depressão.
A massagem terapêutica existe em diversas técnicas, uma das quais chamada massagem Sueca, que tem como objectivos relaxar os músculos, melhorar a função linfática e a circulação sanguínea através de pressões aplicadas em certos músculos do corpo. Esta massagem ajuda a resolver pequenos desconfortos relacionados com o esqueleto e com a circulação sanguínea, causados pelas mudanças hormonais da gravidez. Esta massagem ajuda a regular as hormonas do stress, bem como os níveis de dopamina e de serotonina associadas à depressão.
É importante que procure um terapeuta certificado para dar este tipo de massagem, pois existem certos pontos de pressão nos tornozelos e pulsos que podem estimular os músculos pélvicos, incluindo o útero, podendo induzir um aborto.

Aromaterapia

A aromaterapia implica a aplicação de um óleo essencial extraído de plantas através de um processo de destilação. Este óleo é altamente concentrado e fragrante, mas deve ser sempre diluído pois pode ser irritante para a pele. A aplicação destes óleos pode provocar relaxamento ou excitação, dependendo do objectivo. Os óleos têm substâncias químicas que provocam, juntamente com o aroma, as sensações relativas ao objectivo de cada aplicação.
Usar a aromaterapia na gravidez e no parto é uma prática bastante antiga. A aromaterapia é essencialmente usada para aliviar tensões e promover o relaxamento. Os óleos podem-se usar em escalda-pés, inalação, aromatizador, banho, massagem e compressas.
No entanto, existem alguns óleos que não devem ser usados na gravidez como: cajupute, semente de aipo, folha de canela, citronela, lavandin, jasmim absoluto, funcho, alfazema (antes da 28ª semana), alecrim, alfazema de espiga, mileófio, may chang, manjerona doce, sálvia-esclareia.
Os óleos que se devem utilizar na gravidez são: a partir das 12 semanas de gravidez: óleos de citrinos como aromatizantes são óptimos para revitalizar; a partir das 24 semanas de gravidez: óleo de camomila para a insónia; a partir da 28 semana de gravidez: lavanda para relaxar e para a insónia; últimas semanas: óleo de flor de laranjeira para o stress.
Os óleos indicados para provocarem contracções e ajudarem no trabalho de parto são: menta, orégão, tomilho, rosmaninho, junípero.

Primeiro mês de Gravidez


Sintomas, sinais e sensações
Importante: você pode apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.
Físicos:

  Ausência da menstruação;
  Cansaço e sonolência;
  Vontade de urinar com frequência;
  Náusea, vômitos e salivação excessiva;
  Âzia e dificuldade de digestão;
  Repulsa ou desejo por certos alimentos;
  Modificações no seio (inchaço, sensação de adormecimento, pesadêz, formigamento, escurecimento das aréolas, aparecimento de pequenas veias de cor azul sob a pele, devido ao aumento de irrigação sanguínea no seio);
Emotivos:

  Instabilidade emocional, similar à TPM (sindrome pré-menstrual): como por exemplo, maior irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade de chorar;
  Apreensão, medo, alegria, excitação.
Como seu Bebê Cresce dentro de Você
Óvulo e Espermatozóide se encontram:
Aproximadamente no 14°  dia do ciclo menstrual, o óvulo feminino é liberado pelo ovário e se dirige ao utero através das trompas.  De seu encontro com o espermatozóide procede a gestação.
Óvulo fecundado se transforma em um embrião:
Depois de aproximadamente 6 a 8 dias após a concepção, o óvulo fecundado se implanta no utero materno e começa a ser chamado de embrião. Nesta fase, ele é formado por algumas centenas de células que serão as precursoras na formação de todos os futuros orgãos.
O início de uma vida aquática:
Devidamente acomodado no utero, o embrião inicia a desenvolver os sistemas de formação da placenta e do cordão umbelical, que permitem que ele se adapte à vida aquatica dentro do utero até o momento de seu nascimento.
Qual é o aspecto do bebê:
Próximo ao final do primeiro mês, seu bebê é na verdade uma minúscula sementinha, menor que um grão de arroz, com aproximadamente 5 mm. Nas duas próximas semanas, iniciará a formação do tubo neural (do qual derivam o cérebro e a medúla), do coração, do aparelho digestivo, dos olhos e das orelhas, e dos braços e das pernas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Shantalla massagem para bebês.

O toque, o mais antigo dos sentidos, ainda é um tabu em nossa civilização. O médico francês Frédérick Leboyer foi o responsável por introduzir no dia-adia de muitas mães, a arte hindu de massagear as crianças aprendida com Shantalla.
Leboyer, mais poeta que médico, descobriu a magia de Shantalla durante uma viagem à Índia. Encontrou-a em meio a uma enorme favela, em Calcutá, onde trabalhavam dois amigos seus. Por dias, fotografou a moça (paralítica) que massageava seu bebê todas as manhãs, aproveitando o sol.
E ensinou a muitas outras mães, através de seus livros (Shantalla, uma antiga arte de massagem, publicado no Brasil pela editora Ground), os segredos e a forma da massagem como lhe foram transmitidos.
A idéia é fornecer o que é fundamental para as crianças: contato, amor, carinho. Através da comunicação entre a mão e a pele (e mãe e filho), feita silenciosa e atentamente, como exige toda prática corporal, surge um novo relacionamento, cheio de amor e alegria, onde o aperfeiçoamento e o cuidado se revelam, claros como o sol da manhã.
Existem livros, cursos e muitas informações sobre shantalla, mas o pouco que a gente consegue explicar são os príncipios básicos da massagem. A shantalla é um conjunto onde tudo interage e que você irá aperfeiçoar de acordo com sua sensibilidade. "O importante é o contato da mão da mãe com a pele do bebê" , conta Stephánie Sapin-Lignères, que ensina a técnica em seu curso de preparação para o parto.
A melhor hora para fazer a shantalla é antes da soneca matinal do bebê. Logo depois da massagem, você dará o banho. No verão, pode fazê-la ao ar livre, deixando a criança ao sol. A técnica pode ser iniciada quando o pequeno entra no segundo mês. Até então, eles são muito frágeis para ficarem longos períodos de tempo sem roupa.
Um aviso importante: a shantalla deve ser evitada se o bebê estiver com febre, resfriado, com disenteria ou infecções. Outro lembrete: entre o segundo e o terceiro mês, a criança só está acordada enquanto estiver com fome. Então, para você conseguir fazer a massagem, dê o peito apenas o suficiente para forrar o seu estômago e siga as demais instruções. Caso contrário, se ela estiver satisfeita, bem alimentada, irá adormecer logo em seguida, e você não poderá acarinhá-la com técnica.

Alimentação da Gestante

Com a gravidez em evidência, aumentam dicas de alimentação, mas alguns cuidados são fundamentais para garantir a saúde do bebê.
Em uma época em que a gravidez parece ter virado moda no mundo dos famosos, as preocupações das futuras mamães, principalmente as de primeira viagem, sobre os riscos desse período tão especial vêm à tona. Qual a importância, tanto para a mãe quanto para o bebê, de uma alimentação de qualidade? O que consumir para que todas as necessidades alimentares sejam atendidas? Quais são as quantidades adequadas? Quais alimentos devem ser evitados?
Constantemente diversos mitos relacionados a alimentação durante a gravidez são abordados na mídia, porém é preciso cautela para escolher a dieta correta e não prejudicar o desenvolvimento do feto. Segundo Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), uma boa alimentação durante a gestação previne a mãe de patologias que podem aparecer a longo prazo. “Cientificamente sabe-se que muitas doenças crônico-degenerativas se iniciam no interior do útero. Existe um termo médico chamado programming que mostra evidências clinicas da desnutrição ou da super-alimentação durante o período gestacional, gerando doenças no adulto”, afirma.
O consumo de calorias, vitaminas e minerais deve ser maior entre as mulheres grávidas. Para que o peso não ultrapasse a normalidade, o acréscimo de energia deve ser de apenas 300 Kcal diárias (na média), o que corresponde a dois copos de leite desnatado. "Durante a gestação é preciso encontrar um equilíbrio. Alimentos que são fontes de açúcar, bem como óleos e gorduras, devem ser ingeridos moderadamente. O excesso de sal e de alimentos indigestos como pepino, pimentão, melancia, pimenta, entre outros, devem se evitados. Café e bebidas alcoólicas também não devem ser consumidos", ressalta o médico nutrólogo.
Para que esse aumento de calorias seja atingido, a gestante deve fazer de seis a oito refeições por dia, dando preferência ao consumo de frutas, legumes e verduras, de acordo com o presidente da ABRAN. Um jejum prolongado favorece a formação de corpos cetônicos, as substâncias químicas produzidas pela decomposição das gorduras, quando constituem o único substrato energético da gestante e que pode causar efeitos deletérios para o feto.
No período de formação do bebê, o corpo da mãe utiliza uma parte de líquidos e energia oriundos da alimentação que ajudam no crescimento e na manutenção dos artifícios que protegem o feto, como a placenta e o líquido amniótico. A outra parte da energia fica retida em forma de gordura, localizando-se no abdômen, costas e coxas, sendo utilizada no decorrer da gravidez e do aleitamento.  Porém, caso haja um exagero no consumo de calorias, a energia ficará armazenada como gordura localizada.
"A gestante não deve nem pensar em perder peso por estar insatisfeita com os quilinhos a mais, já que as deficiências nutricionais podem interferir na formação e no crescimento do bebê. Todas as vitaminas são importantes no período em que o feto está em desenvolvimento. O ácido fólico, o ferro e o cálcio, por exemplo, são elementos fundamentais para que a gravidez ocorra normalmente”, conclui Dr. Ribas