domingo, 11 de julho de 2010

MITO NA GRAVIDEZ.


Um mito na gravidez: A gravidez dura apenas 9 meses.

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Embora, em termos físicos,a gravidez dure nove meses, para os psicanalistas, ela começa na infância, nas brincadeiras de casinha, na identificação que estabelecemos com a nossa mãe. Tudo isso volta com força na gestação de verdade, no momento em que revemos nossa relação com a figura materna. "Afetos e lembranças inconscientes afloram", diz a psicanalista Regina Orth de Aragão, mãe de Aurélio e Emanuel.

Segundo Regina, existe o conceito de gravidez psíquica: a mãe precisa de um tempo maior do que apenas nove meses para se separar do bebê. Quando o filho nasce, a gente pira mesmo, regride, no bom sentido do termo, para poder se identificar com ele, ficar atenta a suas mínimas manifestações. Por isso, quando ele dá um gemido no quarto, a gente percebe e vai correndo olhar. O psicanalista britânico Donald Winnicott (1896-1971) chama esse estado de preocupação materna primária.

Essa espécie de prolongameno da gravidez vai até os cinco, seis meses. "Se perguntarmos ao marido sobre como a mulher estava nesta fase, ele se lembra dela pirada", diz. À medida que o bebê vai se percebendo como um ser separado da mãe, ela volta ao normal. Já, para o norte-americano Daniel Stern, esse período se estende até o fim do primeiro o segundo ano.

Uma outra corrente acredita que, num estágio da evolução, a gravidez foi encurtada de 12 meses para nove. Isso teria ocorrido porque o cérebro se desenvolveu demais, e a cabeça do bebê não passaria pela vagina se ela durasse um ano. Com esse nascimento prematuro, os bebês apresentam as temidas cólicas: choro inconsolável que se encerra quando a criança completa 3 meses de vida (ou 12 de "gravidez").

Para acalmá-las seria preciso reproduzir as condições do útero. Certos povoados de Bali e tribos do Himalaia são "sociedades sem cólica" porque as mulheres carregam os filhos quase 24 horas por dia, embalando-os numa repetição intra-uterina. Então, some no mínimo três meses à sua conta de nove.

Revista Pais e Filhos - edição junho 2005

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