terça-feira, 17 de agosto de 2010

MULHERES DE VALOR E MUITO AMOR.

O trabalho das parteiras
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Parto
Escrito por Pablo Zevallos

Devido falhas no sistema de saúde, acompanhado das desigualdades sociais e regionais presentes pricipalmente na zona rural, a figura das parteiras persiste em pleno século XXI. Mesmo tratando-se de um direito constitucional assegurado, boa parte das mulheres não tem acesso real à assistência institucional ao parto. Comunidades rurais na sua maioria, quer pela falta de assistência médica e pela distância dos centros de saúde, vivem em situação de isolamento, por isso o trabalho da parteira torna-se indispensável nessas comunidades.

E quem acha que esse tipo de trabalho são realizados apenas por mulheres, engana-se. Em algumas comunidades existem homens parteiros, embora em quantidade mínima.

Como na maioria dos lugares que necessitam do trabalho das parteiras, quando o parto tem que ser realizado à noite, a iluminação é garantida por intermédio de lamparinas e candeeiros. http://www.guiainfantil.com/images/blog/300/324/001_small.jpg

O trabalho das parteiras não é para qualquer um. Trata-se de um trabalho duro, que requer muito esforço físico devido longas caminhadas, muitas vezes na boca da noite, além da falta de material , treinamento, transporte e perigos em seu ambiente de trabalho. E essas parteiras convivem com situações de medo, incertezas e insegurança.

As parteiras são mulheres com sentimentos ambivalentes, como medo e coragem, alegria e tristeza, sofrimento e prazer, e possuem uma sensisibilidade e sabedoria que colocam muito profissional no bolso. E o maior medo e estresse está na possível perda do bebê ou a morte da mãe. Conhecem bem suas limitações.

A parteira é uma mulher de valor e coragem

A parteira é reconhecida e respeitada pela sua comunidade, e muitas delas usam práticas populares, como uso de plantas medicinais, superstições e de simpatias, além da sempre presente oração, tornando-se a fé um parâmetro para que o trabalho de parto aconteça sem maiores problemas, independentemente da religião que pertençam. Normalmente esse tipo de trabalho é passado de mãe para filha, perpetuando gerações de parteiras.

Mesmo considerando os riscos decorrente a um trabalho sem condições mínimas , o trabalho das parteiras é notadamente reconhecido.

A ausência de serviços de referência, para que a parteira encaminhe as gestantes com risco de vida, também se constitui num fator de muita preocupação, uma vez que serviços especializados encontram-se muito distantes.

Mesmo tendo o direito à saúde garantido constitucionalmente, a falha do sistema de saúde, principalmente nessas áreas, faz com que a figura da parteira continue salvando muitas vidas. Faz-se necessária a vontade política dos gestores dos serviços de saúde para mudar essa situação.

O Dia Internacional da Parteira, no dia 05 de maio, foi instituído pela Organização Mundial da Saúde em 1991, para salientar a importância do trabalho das parteiras em todo o mundo. Em diversos países, o Dia Internacional da Parteira tem sido comemorado por diversas organizações ligadas à defesa dos direitos das mulheres.

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