“Doulas de ontem, hoje e sempre!
Desde o início, as mulheres dão à luz acompanhadas de outras mulheres. Além da parteira – responsável pelo nascimento -, sempre estiveram presentes amigas, parentes ou vizinhas da parturiente, para oferecer-lhe todo o apoio necessário nessa hora importantíssima.
Normalmente, são pessoas que já passaram por esta situação, e estão lá para transmitir conhecimento e carinho. Basta observar que, nos quadros antigos que retratam cenas de partos, sempre aparecem mulheres à volta da futura mamãe. E não apenas como simples espectadoras do nascimento, mas como personagens activas, que reconfortam as costas da mulher, seguram sua mão, preparam o ambiente, aquecem a água, secam o suor que escorre de sua testa… Enfim, legítimas doulas!
(…)
E tudo culminou com a publicação, em 1996, de um guia da OMS. Nele, há referências directas às doulas:
A doula fornece apoio emocional, consistindo de elogios, reafirmação, medidas para aumentar o conforto materno, contacto físico, como friccionar as costas da parturiente e segurar suas mãos, explicações sobre o que está acontecendo durante o trabalho de parto e uma presença amiga constante. (…) O apoio reconfortante constante de uma pessoa envolvida diminuiu significativamente a ansiedade e a sensação de ter tido um parto difícil, numa avaliação feita por puérperas 24 horas após o parto. Também teve um efeito positivo sobre o número de mulheres que continuavam a amamentar seis semanas após o parto.
(…) Não é à toa, portanto, que o papel dessas acompanhantes de parto está voltando a ser estimulado nos grandes centros de todo o mundo, porque a própria Ciência já reconheceu que, o que era feito espontaneamente pelas mulheres desde os tempos mais remotos, é, de facto, um grande apoio para as gestantes alcançarem um parto mais rápido, mais saudável e mais feliz.
Uma serva que dá apoio físico, emocional, energético e espiritual
(…) A humanidade sempre precisou do apoio e do amparo de uma pessoa que incentivasse nos momentos trabalhosos que antecedem o nascimento. Esse papel sempre foi exercido por uma mulher, a energia feminina que a gestante necessita. O parto é uma experiência bastante forte física e energicamente. No instante em que a doula segura a mão da parturiente e diz: “Estou aqui, pode contar comigo”, ela está doando energia. Energia de uma mulher para outra mulher, que sabe exactamente o que está acontecendo ali, porque, na maioria das vezes, já passou por isso. (…)“
In “A Doula no Parto“, de Fadynha
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