sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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A vitamina essencial para as grávidas

Veja por que o ácido fólico, adicionado à farinha, é um nutriente essencial para as gestantes e a saúde do bebê

 
macarrão, biscoitos e farinhaFabio CasteloPrepare-se para lançar um novo olhar sobre o que até agora parecia ser um simples pacote de farinha de trigo e de milho. Afinal, ele pode garantir que o seu bebê nasça perfeito e saudável. Exagero? Que nada! No Brasil, desde 2002, é obrigatório o enriquecimento da farinha com ácido fólico, vitamina cuja ação foi comprovada na redução da incidência de doenças cardíacas, lábio leporino e leucemia e também no fechamento do tubo neural, a estrutura que dá origem ao sistema nervoso central e à medula espinhal. “Nos Estados Unidos, o acréscimo de ácido fólico aos alimentos consumidos em grande escala pela população levou à queda de 19% na taxa dos defeitos no fechamento do tubo neural, que acomete três a cada 2 mil recém-nascidos”, conta a pediatra Maria Cristina Senna Duarte, chefe da CTI Pediátrica do Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro.

A descoberta mais recente sobre esse nutriente, uma vitamina do complexo B também conhecida por folato, é que ele diminui um mal que acomete cerca de 10% das gestantes: o parto prematuro. ”Esse é o maior responsável pela mortalidade infantil, além das altas taxas de problemas respiratórios, baixo peso, infecções e retardo mental”, acrescenta o ginecologista e obstetra Luciano Gibran, do Hospital São Camilo, em São Paulo. Segundo um estudo da Universidade do Texas, que acompanhou 35 mil mulheres que tomaram uma suplementação da vitamina por um ano antes de engravidar, houve a queda de 70% nos partos prematuros entre a 20ª e a 28ª semana de gestação e de 50% entre a 28ª e a 32ª semana. O estudo ainda precisa ser ampliado, mas acredita-se que o ácido fólico atue na regulação de genes que agem nas causas do parto prematuro.

Quanto consumir

Os médicos são unânimes em afirmar que toda mulher em idade fértil deve se preocupar com o consumo do ácido fólico, já que nem sempre é possível programar a gravidez e a formação do tubo neural do bebê ocorre por volta de 28 dias após a concepção. O ideal mesmo é que a ingestão da vitamina seja aumentada pelo menos três meses antes da gestação, subindo de 0,1 para 0,4 mg por dia. Como esse nutriente é necessário para o crescimento das células, à medida que o feto cresce, ele retira o folato do sangue da mãe. “Vale lembrar que os estoques no organismo são esgotados entre duas e quatro semanas quando não se tem uma alimentação equilibrada”, alerta a pediatra Maria Cristina. Além disso, a interação do ácido fólico com a vitamina B12 é indispensável para a proliferação dos glóbulos vermelhos do sangue.

Para beneficiar o bebê e ainda evitar que a futura mãe tenha anemia, constipação, problemas no trato urinário e até enjoos e vômitos nos seis primeiros meses de gestação, além da suplementação, é importante ingerir pratos preparados com farinha de trigo e milho e dar prioridade aos alimentos ricos em folato. ”Entre as melhores fontes, estão as folhas verdes, como espinafre, salsinha e brócolis, além do gérmen de trigo, fígado de boi, beterraba, amendoim, suco de laranja e brócolis”, lista a nutricionista paranaense Marilize Tamanini. Ela lembra que a fervura prolongada dos alimentos destrói a vitamina.

Para ter uma ideia, “cada 100 g de farinha recebe atualmente 150 microgramas de folato, ou seja, 38% da ingestão recomendada para quem está pensando em engravidar”, diz a gerente de pesquisa e desenvolvimento Silvia Lombardi, da J. Macedo, fabricante da farinha de trigo Dona Benta. Só para lembrar: esse acréscimo não altera em nada o cheiro, o sabor e a textura da farinha.

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