sábado, 30 de abril de 2011

Mãe é expulsa por amamentar em público
por Manuela Macagnan   29 | 04 | 11       

A notícia de que uma mulher foi expulsa de um pub, em Londres, por estar amamentando, provocou reação em pessoas do mundo todo. Lauren Beaman, de 25 anos, foi proibida de permanecer no pub londrino King William IV, no bairro de Hampstead, por amamentar a sua filha. De acordo com a dona do estabelecimento, alguns clientes se queixaram de que a mãe estava mostrando o peito, enquanto outros expressaram seu temor de que a moça fosse trocar as fraldas da criança ali mesmo.
Débora Araújo, Baby Planner da Personal Bebê, empresa que presta consultoria e assessoria para gestantes, explica que “a questão de amamentação em público causa uma grande discussão, mesmo sendo um ato natural. Muitas mães, por vergonha, deixam de amamentar seus filhos em livre demanda e pelo tempo necessário. E, às vezes, até desistem de sair de casa, por conta disso. Hoje em dia, existem capas próprias para resguardar os seios, que preservam as mães tímidas dos olhares curiosos, evitando constrangimentos. Alguns slings (acessórios de pano que prendem o bebê ao corpo do adulto) também fazem muito bem esse papel, conferindo privacidade à mãe. Alguns lugares públicos, como shopping centers, lojas de departamentos, lojas de bebês e supermercados disponibilizam salas especiais, onde as mães podem ficar mais confortáveis e à vontade para amamentar seus filhos. Portanto, a dica é: para aquelas que se sentem constrangidas em amamentar em público, procure um lugar tranquilo mais reservado ou coloque um fraldinha por cima do seio para obter certa privacidade. Usar roupas adequadas à amamentação também traz conforto. O ideal é sempre tratar a amamentação de uma forma natural, como um ato de amor”...As vantagens de amamentar por livre demanda
Mais um motivo para você, mamãe, insistir em dar o seio. Você não precisa se preocupar em definir horários para a amamentação. Deixe que seu bebê decida e mame quando e quanto quiser. Entenda por quê.
Por Maria Luiza Lara





A mais recente cartilha de pediatria publicada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) arrematou antigas recomendações sobre cuidados com os bebês. Entre as indicações revisadas, e talvez a mais libertadora para as mães, está a que trata dos horários da amamentação. “A mãe é aconselhada a dar o peito sempre que seu filho solicitar”, explica Valdenise Tuma Calil, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP. Ou seja, não é preciso se angustiar com os choros famintos até que se estabeleça uma rotina alimentar. “Ele deve mamar quando e quanto quiser. Dessa forma, vai aprender a lidar também com a saciedade, o que reduz o risco de obesidade no futuro”, a pediatra avaliza.

Os pontos positivos

A nova orientação da SBP se baseia nas vantagens que a liberdade de horário na alimentação do recém-nascido traz. “Geralmente a criança que mama quando quer perde menos peso depois do nascimento e estimula mais a lactação da mãe”, explica Valdenise. Dessa forma, a descida do leite e a produção láctea são melhores e mais adequadas. A mamada livre também previne a dor e o endurecimento da mama pelo leite congestionado, além de colaborar para conter a ansiedade do bebê, que prejudica todo o processo. “Quando a criança vai ao peito com muita fome e vontade, é comum que ela machuque o seio da mãe”, completa Valdenise.

A recomendação de alimentar o bebê em intervalos regulares de três horas é mais adequada aos casos em que a criança está sendo alimentada com fórmulas infantis – como leite de vaca modificado. “Devido à composição e à difícil digestibilidade desses leites, o esvaziamento gástrico e a sensação de fome podem demorar mais”, explica Marcus Renato de Carvalho, diretor da Clínica Interdisciplinar de Apoio à Amamentação e coordenador do sitewww.aleitamento.com. “Na amamentação, é diferente: o leite materno é fácil de digerir, logo o bebê sente fome antes”, justifica o médico. “Recomendamos que os pais se esforcem para reconhecer os sinais de fome e aprendam a diferenciá-los de outros tipos de choro”, alerta Marcus. Foi o que fez a professora Adriana Luz, mãe da pequena Isadora. “Depois que passei a identificar o intervalo entre as mamadas, Isadora não teve mais crise de choro e eu não fico perdida, sem saber o que ela tem”, conta ela.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o leite materno deve ser oferecido até os 6 meses como o titular da alimentação. Depois, ele deve ser mantido, mas começa também a introdução de papinhas e outras alternativas, até que a criança complete 2 anos. No Brasil, os números indicam que essa recomendação está longe de ser seguida. “Em média, as mulheres conseguem amamentar apenas até os 2 meses”, relata Valdenise.

É preciso persistir 

Diferentemente do que se idealiza, muitas vezes as mulheres se deparam com alguns desafios que podem desestimular a amamentação. Não raro, o bico dos seios racham e doem no começo, além do cansaço físico e emocional da mãe e a cobrança da sociedade e da família. Mas há motivos de sobra para insistir na prática. Para começar, os benefícios para a saúde do bebê, já que o leite materno carrega nutrientes e garante os anticorpos essenciais de que ele precisa. E a proximidade e o aconchego no momento da mamada reforçam o vínculo entre mãe e bebê. Sem contar, por que não?, o empurrãozinho que a amamentação proporciona na recuperação da forma da mulher depois do parto. Uma vez superados os obstáculos iniciais, tudo fica mais simples e gostoso. 

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